O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reafirmou nesta segunda-feira (22), durante o evento Macro Day, em São Paulo, promovido pelo banco BTG Pactual., que acredita no início do ciclo de cortes da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC) em breve.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou a manutenção dos juros básicos da economia brasileira em 15% ao ano. A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação.
Quando o Copom aumenta os juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que se reflete nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica.
Ao reduzir a Selic, por outro lado, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
“O juro no Brasil não se explica só pela questão fiscal. Existem muitas outras coisas que explicam o juro no Brasil. O fiscal é importante? É muito importante. Mas não é a única explicação para esse patamar de juros”, disse Haddad, ao participar de um seminário promovido por um banco, na capital paulista.
“Eu acho que o juro vai começar a cair e, na minha opinião, vai cair de forma consistente e sustentável”, prosseguiu o ministro da Fazenda.
“Eu não sei em qual momento. Mas em algum momento, com os dados de inflação que nós estamos colhendo, com o dólar no patamar em que está, as coisas vão melhorar muito no ano que vem. Acho que será uma trajetória sustentável”, concluiu Haddad.
Em agosto deste ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, recuou 0,11% – o que representou uma queda de 0,37 ponto percentual em comparação a julho (alta de 0,26%). Essa foi a primeira deflação registrada neste ano, após sete meses seguidos de aumento dos preços.
Em linhas gerais, chama-se de deflação a queda média de preços de produtos e serviços, que ocorre de forma contínua. Trata-se de uma “inflação negativa” – ou seja, abaixo de zero.
Com informações do Metrópoles.