O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, revelou nesta terça-feira (30), durante audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, a grave situação das Forças Armadas brasileiras. Segundo reportagem da Revista Veja, Múcio deixou claro que o orçamento destinado ao setor é insuficiente até para manter a estrutura básica, obrigando-o a pedir apoio direto aos parlamentares para garantir recursos que permitam equipar as tropas.
Durante sua fala, o ministro classificou o cenário como “um gravíssimo alerta” e ressaltou a condição humilhante em que se encontram os militares.
De acordo com ele, o Brasil, que historicamente busca protagonismo na América do Sul, hoje apresenta capacidade bélica inferior até mesmo à da Venezuela.
A denúncia expõe a disparidade entre os gastos do governo em outras áreas e o abandono das Forças Armadas, levantando questionamentos sobre a prioridade dada à defesa nacional.
“Vim fazer um gravíssimo alerta”, disse Múcio aos senadores, listando situações humilhantes para um país que deveria ser potência militar na América do Sul, mas consegue ficar atrás até da Venezuela em capacidade bélica.
O choque de realidade apresentado pelo ministro Múcio se dá num momento em que o mundo protagoniza uma corrida armamentista poucas vezes vista.
O ministro da Defesa articula no Parlamento para tentar aprovar uma lei que garanta pelo menos 2% do PIB brasileiro para o orçamento militar, mas nem o governo Lula sem empenha pela medida, ainda que motivos não faltem para aprovar a proposta.
O programa dos caças Gripen, uma novela iniciada ainda com Lula no Planalto, há vinte anos, deveria ter terminado há oito anos, com o Brasil pagando pela encomenda que fez. Com atrasos e falta de recursos, os juros pagos só no contrato dos caças dariam para o país comprar mais seis aeronaves, segundo
Múcio.