Dono das maiores riquezas naturais do Brasil e do mundo, o Norte do país é alvo de criminosos que buscam explorar as diversidades de maneira ilegal. Abrigando grande variedade de minerais, incluindo ouro, ferro, alumínio e gás natural, além de ser um importante produtor de petróleo, a Amazônia é um polo de milhares de bases operacionais de garimpos ilegais.
Na última semana, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou as duas maiores apreensões da história da instituição de segurança. Em 4 de agosto, uma abordagem em Roraima (RR) culminou na apreensão de 103 quilos de ouro, avaliados em R$ 60 milhões.
Menos de 48 horas depois, 40 quilos do metal precioso foram apreendidos com uma família que trafegava em uma caminhonete, em Altamira, no Pará, na BR-230.
A coluna conversou com Marcus Vinícius Silva De Almeida, diretor de operações da PRF, e com o policial rodoviário federal Magalhães, da Superintendência de Roraima. Nas entrevistas, eles falaram sobre a rota do ouro e a audácia dos criminosos ao desafiarem as forças de segurança na tentativa de fazer transferências internacionais do metal.
O crime nas rodovias federais
O PRF Magalhães aponta que a Região Norte abriga diversas aldeias indígenas, com solo que possui grandes variedades de minerais. Segundo ele, na maior parte das vezes, o ouro apreendido em operações foi extraído dessas áreas, o que faz com que seja classificado como ilegal.
“Todo o ouro produzido nesses locais é ilícito, já que veio de garimpo ilegal instalado em terras indígenas.”
Por terem solo rico, esses locais estão continuamente na mira dos criminosos, que insistem em invadi-los de modo irregular para exploração. Dessa forma, a PRF se posiciona estrategicamente nos arredores das áreas, para interceptar os garimpeiros ilegais e evitar a prática criminosa.
De acordo com Magalhães, atualmente as rodovias federais 310, 174 e 230, mais conhecida como Transamazônica, têm sido usadas como as principais rotas de transferência da carga irregular.
O diretor de operações Marcus Vinícius Silva De Almeida afirma que os criminosos vão além para não serem pegos. Usando materiais sofisticados, eles constroem estradas clandestinas, popularmente chamadas de “cabriteiras”, como forma de escaparem dos mapeamentos.
“Eles, então, vão margeando as rodovias, mas, com planejamento, o policial rodoviário aguarda a entrada na rodovia e faz a abordagem. Isso porque, em algum momento, eles terão de entrar na BR”, explicou.
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