O deputado estadual Wanderley Monteiro (Avante) anunciou nesta sexta-feira (22) que pediu a retirada de sua assinatura do requerimento que propõe a CPI do Asfalto. Ele afirmou ter seguido orientação da direção do partido para evitar a abertura de processo disciplinar que poderia levar à sua cassação por infidelidade partidária.
No dia 12 de agosto, após apoiar a criação da comissão, Wanderley recebeu comunicado oficial da direção estadual do Avante determinando a retirada da assinatura, sob pena de “medidas cabíveis no âmbito disciplinar interno”. O partido no Amazonas é presidido pelo prefeito de Manaus, David Almeida, alvo da investigação.
“Descumprir tal orientação poderia configurar afronta ao Estatuto do Partido e ensejar procedimento interno para apurar possível infidelidade partidária”, declarou o deputado. Ele destacou que eventual violação poderia resultar em expulsão e, consequentemente, na perda do mandato.
Apesar da decisão, Wanderley disse ter apoiado a CPI por princípios de transparência e fiscalização. “Espero que situações como esta não se tornem precedentes que comprometam a autonomia parlamentar e o pleno exercício do mandato concedido pelo povo do Amazonas”, afirmou.
A CPI pretende investigar a aplicação de R$ 187,4 milhões repassados pelo Governo do Amazonas ao programa Asfalta Manaus, lançado em 2021, quando o governador Wilson Lima (União Brasil) e David Almeida ainda eram aliados. Os recursos foram transferidos por meio de três convênios e um aditivo, entre novembro de 2021 e fevereiro de 2024.
Em sessão realizada no dia 7 de agosto, após a ameaça de processo interno contra Wanderley, o autor do requerimento da CPI, deputado Delegado Péricles, disse que os pedidos de retirada de assinaturas esbarram em impedimentos jurídicos.
“Já não cabe mais retirada de assinatura. Há precedentes sobre isso. Uma vez apresentado, o documento não pode ser alterado. Não há um autor, mas os dez que assinaram, e todos são considerados autores do pedido de CPI”, afirmou.
Segundo ele, a jurisprudência, inclusive do STF, sustenta esse entendimento.
Além de Wanderley Monteiro, o deputado Dan Câmara também retirou a assinatura. Mesmo assim, o requerimento ainda possui o número mínimo necessário para a instalação da CPI, que depende agora apenas da leitura em plenário para ser oficialmente aberta.
Leia a nota na íntegra:
O deputado estadual Wanderley Monteiro (Avante) vem a público esclarecer os fatos relacionados à sua participação na chamada “CPI do Asfalto”.
Nos últimos dias, veículos de imprensa divulgaram que o partido Avante cogitava sua expulsão por suposta infidelidade partidária em razão de sua assinatura no requerimento de abertura da referida Comissão Parlamentar de Inquérito.
Na manhã de 12 de agosto de 2025, às 11h38, o parlamentar recebeu oficialmente uma Orientação da direção estadual do partido, determinando a retirada de sua assinatura da CPI, sob pena de serem adotadas “as medidas cabíveis no âmbito disciplinar interno”.
Considerando que descumprir tal orientação poderia configurar afronta ao Estatuto do Partido e ensejar a abertura de procedimento interno para apurar possível infidelidade partidária, o deputado Wanderley Monteiro protocolou, em 13 de agosto de 2025, o pedido formal de retirada de sua assinatura do requerimento.
O parlamentar ressalta que sua postura inicial de apoiar a CPI foi motivada por princípios de transparência e fiscalização, e alerta para que situações como esta não se tornem precedentes que comprometam a autonomia parlamentar e o pleno exercício do mandato concedido pelo povo do Amazonas.
Com informações do Amazonas Atual.