Senador pelo Amazonas deve disputar à reeleição declarando apoio ao Lula
Apesar da divisão nacional dentro do MDB — onde parte do partido defende uma postura de neutralidade na disputa presidencial de 2026 — o senador Eduardo Braga (AM), líder da bancada no Senado, tem sinalizado que deve continuar ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Amazonas.
Na última semana, durante a sanção do projeto da Tarifa Social de Energia Elétrica, Braga fez elogios públicos a Lula. O programa, que beneficia famílias de baixa renda com gratuidade na conta de luz para consumo de até 80 kWh por mês, foi comemorado pelo parlamentar.
Em pronunciamento, o senador relembrou o impacto do programa Luz Para Todos, lançado ainda no primeiro mandato de Lula, especialmente nas comunidades do interior do Amazonas. “Para quem vivia à luz de vela, sem geladeira ou eletricidade, o programa fez uma diferença enorme. A Tarifa Social garante que milhares de brasileiros não precisem mais temer o corte de luz”, afirmou.
Nas redes sociais, Braga frequentemente agradece ao presidente ao anunciar obras e investimentos no estado. Recentemente, mencionou Lula ao destacar a construção da ponte sobre o Rio Curuçá, na BR-319, além de aportes em áreas como saúde e infraestrutura.
Divisão no MDB nacional
O MDB enfrenta um cenário de indefinição em nível nacional quanto ao apoio na eleição presidencial de 2026. Enquanto alas do partido — especialmente no Nordeste — demonstram proximidade com Lula, outras lideranças defendem a neutralidade como forma de ampliar o número de deputados federais e manter flexibilidade nas alianças estaduais.
Em 2022, o partido lançou Simone Tebet à Presidência, mas diversos diretórios regionais, como o do Amazonas, declararam apoio ao petista no segundo turno, indicando que as decisões podem variar conforme o contexto político local.
Nos bastidores, aliados de Lula dentro do MDB consideram positiva — embora não essencial — uma possível indicação do vice-presidente na chapa petista. Nomes como o do governador do Pará, Helder Barbalho, e do ministro Renan Filho (Transportes), já foram ventilados, mas ambos têm projetos eleitorais próprios para 2026.
A decisão final sobre o posicionamento do partido será tomada pela convenção nacional do MDB, formada por cerca de 500 delegados entre dirigentes regionais, parlamentares e lideranças. Diretórios influentes como os de São Paulo, Pará e Minas Gerais devem ter papel decisivo nas negociações. No caso mineiro, o presidente estadual Newton Cardoso Júnior mantém diálogo tanto com o governo Lula quanto com setores do bolsonarismo.
Enquanto o cenário nacional segue indefinido, o foco principal do MDB continua sendo a ampliação da bancada na Câmara dos Deputados — hoje com 42 parlamentares — o que pode justificar uma estratégia de neutralidade nacional para permitir alianças regionais mais amplas, inclusive com partidos adversários, como o PL.
Com informações do AM1.