Professores da Semed Manaus deflagram greve por tempo indeterminado a partir do dia 13

Sindicato informou que a paralisação do educadores da rede municipal de ensino vai iniciar na próxima quinta-feira (13)

Os professores da Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Manaus decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A deliberação foi feita em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (7), pelo Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical), que definiu o início da paralisação para a próxima quinta-feira (13).

O motivo apontado pelos professores para a greve é a Reforma da Previdência que tramita na Câmara Municipal de Manaus. A medida aumenta setes anos no tempo de contribuição previdenciária para as mulheres e em cinco anos para os homens. Além disso, os docentes apontam transição inflexível das novas regras.

O coordenador do sindicato, Lambert Melo, afirmou que a principal razão da greve é a aprovação em primeiro turno da reforma na CMM. Segundo ele, os professores querem que a medida seja retirada da pauta e não siga para a votação em segundo turno, que é a etapa que finaliza as votações e manda a proposta à sanção do prefeito. 

“O que nós pretendemos é que o projeto de reforma da Previdência não continue tramitando na Câmara, que nem entre para a votação de segundo turno, que seja retirado da pauta. Nós vínhamos solicitando isso, mas não foi atendido nem pelo Prefeito de Manaus e nem pelos vereadores. Nós agora só temos esse instrumento, que é a greve aprovada hoje”, disse. 

O coordenador informou que a greve foi aprovada de forma unânime e respeitará a exigência legal do interstício de 72 horas e a Assembleia Geral Extraordinária de instalação da greve. “Para que a greve comece, será realizada na próxima quinta-feira, 13 de novembro, na frente da Câmara Municipal de Manaus”, afirma.

Melo afirmou que os docentes ainda esperam que o prefeito e os vereadores atendam aos pedidos. “Nós esperamos que, com a greve, o Prefeito se sensibilize, os vereadores se sensibilizem e arquivem esse projeto imediatamente”, explicou.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) publicou na tarde desta quinta-feira (6) uma convocação para que os docentes estejam presentes nas possíveis datas da votação final da reforma. “Precisamos estar atentos e mobilizados para barrar esse retrocesso. Por isso, o Sinteam convoca os trabalhadores a se unirem contra essa reforma que coloca mais 5 anos de trabalho para os servidores e 7 para as servidoras”, pontuou.

Dessa vez, para evitar surpresa na votação, o professores marcaram duas datas, sujeita a confirmação, nos dias 17 e 19 de novembro. Ambas com horários mais cedo, agora às 9h, após a Mesa Diretora ter começado de forma antecipada a votação em primeiro turno. 

Mudança necessária
 
Em coletiva de imprensa na última quarta-feira (5), quando a medida foi aprovada em primeira discussão, o líder do prefeito, Eduardo Alfaia (Avante), afirmou que a mudança é necessária para evitar quebras na previdência. Ele explicou que sem as novas regras, chegaria um período em que o município não poderia arcar com os pagamentos.

O vereador Rodrigo Guedes (Progressistas) informou que entrará com um pedido na Justiça.

Nota

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) informa que está finalizando uma ação jurídica para contestar o Projeto de Reforma da Previdência da Prefeitura de Manaus, aprovado em 1º turno pela Câmara Municipal.

O sindicato também prepara uma nova mobilização nas ruas no dia da votação em 2º turno, reafirmando sua posição contrária a um projeto que retira direitos e amplia o tempo de trabalho de servidores e servidoras municipais.

Para o Sinteam, a proposta foi apresentada de forma apressada, sem o devido debate com os trabalhadores e trabalhadoras, e representa um grave retrocesso para o serviço público e para as mulheres, que serão as mais afetadas pelas novas regras.

Seguiremos firmes, em todas as frentes – nas ruas e na Justiça -, defendendo o direito à aposentadoria digna e ao respeito com quem constrói o serviço público municipal todos os dias.

Com informações do A Crítica.

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