Durante o protesto realizado na manhã desta quarta-feira (1º), em frente à Câmara Municipal de Manaus (CMM), contra o Projeto de Lei que altera o regime de previdência do município, o vereador Professor Samuel (PSD) foi alvo de duras críticas e chegou a ser chamado de “traidor” por colegas de profissão. Os educadores contestam a falta de apoio do parlamentar à categoria e apelidaram a proposta de “Projeto da Maldade”.
“Se ele não votar, ele pelo menos vai ter constrangimento, constrangimento porque professores não aceitam traidores. Samuel, seu traidor, retira o nome de professor!”, gritaram manifestantes em frente à sede da CMM.
Professores pedem retirada do projeto
Os profissionais da educação exigem a retirada do projeto, que prevê aumento na idade mínima e no tempo de contribuição para aposentadoria. Para eles, as novas regras representam um retrocesso e desvalorizam a carreira docente.
A professora e coordenadora administrativa do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical), Helma Sampaio, lamentou a falta de apoio dos parlamentares.
“O que nós presenciamos aqui na Câmara Municipal de Manaus é algo que nos deixa realmente impactados, porque, muitas vezes, os interesses próprios são colocados acima do interesse do trabalhador”, declarou.
A insatisfação com a falta de representatividade política ficou evidente durante o ato. A professora Joselani Brito expressou sua frustração:
“Ultimamente, até digo e repito: não voto mais em vereador que represente a minha categoria, porque, no momento em que a gente mais precisa deles, eles não nos representam.”
Já a professora Sandra Acioli reforçou o sentimento de indignação e questionou a postura de parlamentares que se apresentam como defensores da educação:
“Eu honro a minha classe, eu honro o meu trabalho. E esse vereador que se diz professor… será que é isso mesmo? Ele é digno de ser chamado de vereador nesse momento?”
O que diz o projeto
O Projeto de Lei em tramitação estabelece:
- Tempo mínimo de contribuição de 25 anos para homens e mulheres em geral;
- Para professores, a exigência aumenta para 30 anos de atividade (homens) e 25 anos (mulheres);
- Servidores públicos precisarão comprovar pelo menos 10 anos no serviço público e 5 anos no cargo atual.
As mudanças, no entanto, valem apenas para quem ingressou no serviço público após 31 de dezembro de 2003.
Com informações do AM1.