Deputado foi reconduzido à presidência do PT no Amazonas pela terceira vez; Zé Ricardo diz que eleição é alvo de acusações de fraude
O deputado estadual Sinésio Campos (PT) reagiu com dureza às críticas sobre sua reeleição como presidente do diretório estadual do PT no Amazonas. Em tom agressivo, afirmou que quem questiona o resultado da eleição interna do partido tem “perfil de direita” e comete “atos antidemocráticos”.
A eleição, realizada pelo Processo de Eleições Diretas (PED) no último fim de semana, foi marcada por denúncias internas de fraude, favorecimento e falta de transparência. Entre os candidatos estava Zé Ricardo, vereador de Manaus que contestou o resultado nas urnas. Ainda assim, Sinésio foi reconduzido com mais de 60% dos votos válidos — sendo essa sua terceira gestão consecutiva no comando do partido no estado.
“Quem não aceita a decisão política são as ideias de direita”, disse Sinésio em entrevista, ao melhor estilo petista: acusar de fascismo e antidemocracia qualquer um que ouse discordar da cúpula partidária. “Aqueles que não respeitam a decisão da militância são [autores de] atos antidemocráticos”, completou, ignorando completamente as acusações de petistas históricos e militantes de base sobre vícios no processo eleitoral.
A declaração foi recebida com estranheza até mesmo por membros da própria esquerda. Enquanto o partido enfrenta declínio de representação no Congresso e perdeu espaço entre os jovens e movimentos sociais, Sinésio aposta em um discurso de confronto e vitimização para silenciar opositores internos.
Oposição interna
Para Sinésio, não existe divergência legítima dentro do partido. Qualquer contestação à sua permanência é tratada como uma tentativa de “golpe da direita”, mesmo que venha de antigos aliados. Essa postura levanta dúvidas sobre o real compromisso democrático de quem diz defender “o respeito à militância”.
A ironia é que o mesmo partido que acusa a direita de autoritarismo não hesita em rotular e calar seus próprios militantes quando há discordância. No Amazonas, o PT amarga a ausência de representantes federais desde 2022 e, ainda assim, a direção estadual evita qualquer renovação de lideranças.
Com informações do Acritica.