Trocas de mensagens indicam que célula da facção criminosa contava com o apoio de agentes públicos para enviar cocaína à Europa
Mensagens trocadas entre membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), componentes de uma célula especializada em despachar cargas milionárias de cocaína para a Europa por via marítima, indicam que a facção criminosa contava possivelmente com a ajuda de agentes da Receita Federal (RF) corrompidos, de acordo com investigações da Polícia Federal (PF).
Após uma apreensão feita pela Receita de 322 kg da droga escondidos em meio a uma carga de cerâmica, no fim de 2020, o líder do grupo criminoso enviou uma mensagem para um comparsa. Na conversa, segundo a PF, ele diz que ainda estava tentando entender como ocorreu a descoberta da cocaína.
“Irmão, eu estou aqui com o pessoal da Receita [Federal]. Eu vou saber daqui a pouquinho. Eles [agentes corruptos] estão puxando no sistema, porque ainda não saiu. Só saiu que foi feita a apreensão. Eles estão vendo o que é que foi”, afirma Willian Barile Agati, o Senna, apontado pela Polícia Federal (PF) como o “concierge do PCC”, atualmente preso em Brasília.
Na ocasião, a Receita divulgou a apreensão, informando que a carga foi encontrada com a ajuda de escâneres. Foi a 18ª operação do tipo no Porto de Paranaguá, no Paraná, em 2020, ano em que foram apreendidas pelo órgão federal quase 5,9 toneladas de cocaína — sempre ocultas em contêineres —, indicando o uso frequente do local por grupos criminosos.
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