Desde julho desta ano, a Prefeitura de Manaus passou a validar oficialmente os radares na capital amazonense
A ampliação dos radares de fiscalização em Manaus tem gerado debates entre motoristas e especialistas em trânsito. Para alguns, o aumento desses equipamentos representa uma tentativa de ampliar a arrecadação municipal; para outros, é uma medida essencial para reduzir acidentes e salvar vidas.
De acordo com o especialista em trânsito professor Mário Ricardo Carvalho, o uso dos radares deve ser visto como uma ferramenta de educação e segurança, e não como um mecanismo de punição.
“O radar é um aliado da vida. Quando bem instalado, sinalizado e usado de forma transparente, ele faz o motorista respeitar a velocidade e as leis de trânsito. O problema surge quando o cidadão sente que está sendo apenas multado, e não orientado. É aí que a credibilidade da fiscalização se perde”, explica o professor.
Dados do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) mostram que o excesso de velocidade ainda é uma das principais causas de acidentes nas avenidas mais movimentadas de Manaus.
Para Mário Ricardo, a solução passa por um equilíbrio entre tecnologia e conscientização.
“Os radares têm sua importância, mas eles não substituem o papel da educação no trânsito. Precisamos investir em campanhas educativas contínuas, especialmente nas escolas e nas comunidades, para que o motorista entenda que respeitar o limite de velocidade é uma questão de preservar vidas”, destaca.
O especialista reforça que a finalidade dos radares deve ser pedagógica, e não arrecadatória.
“Quando o objetivo é apenas multar, perde-se o propósito da fiscalização. Mas quando o foco é salvar vidas, com transparência e campanhas educativas, o resultado é uma cidade mais segura para todos”, conclui.
Em Manaus, a discussão sobre os radares continua, mas o especialista é unânime em afirmar: a segurança no trânsito depende não só de fiscalização, mas de educação, empatia e responsabilidade coletiva.