Prefeitos do Sul do Amazonas pedem ao governo Lula suspensão de ações ambientais repressivas

Prefeitos de oito municípios do sul do Amazonas entregaram à ministra Gleisi Hoffmann (PT), chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, um ofício solicitando a suspensão temporária de ações ambientais repressivas do governo federal na região. O documento pede moratória de um ano nas fiscalizações até que haja avanço na regularização fundiária e ambiental.

O grupo, que representa as cidades de Apuí, Boca do Acre, Canutama, Humaitá, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã e Tapauá, afirma que as operações do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente vêm causando instabilidade e prejudicando trabalhadores rurais, produtores e pequenos empreendedores da região.

A carta aponta que a ausência de políticas contínuas de regularização fundiária, especialmente em áreas do Incra, gera conflitos e dificulta o cumprimento da legislação ambiental, e propõe uma agenda de sete ações, entre elas:

  • Criação de Comitê Local de Regularização com sociedade civil;
  • Mesa de Diálogo Interinstitucional com órgãos ambientais e prefeitos;
  • Programa de Tecnificação da Produção Agropecuária com apoio da Embrapa;
  • Plano de metas claras para regularização ambiental e fundiária.

Os prefeitos também pedem a realização de oficinas com produtores rurais para orientação e adesão às normas ambientais, e alegam que a abordagem punitiva atual não leva em conta a complexidade fundiária e social da região.

Crescem tensões com ações do Ibama

O ofício foi entregue em meio à intensificação das fiscalizações no sul do Estado. Apenas nesta semana, o Ibama desarticulou uma frente de garimpo ilegal em Manicoré, com apreensões de maquinário, mercúrio e armamento. A operação gerou reações de moradores e prefeitos, que criticaram a postura repressiva e unilateral das ações ambientais.

Intermediação com Marina Silva

Em resposta ao apelo dos gestores municipais, a ministra Gleisi Hoffmann se comprometeu a intermediar conversas com o Ibama, o ICMBio e a ministra Marina Silva (Meio Ambiente), criticada por sua postura inflexível diante das demandas locais.

“O que está em jogo é a vida das pessoas. Precisamos separar o que é ilegal do que é trabalho honesto. O diálogo é o único caminho”, declarou Gleisi, segundo os senadores Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD), que participaram da reunião ao lado dos deputados federais Átila Lins (PSD) e Sidney Leite (PSD).

Com informações do Acritica.

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