Prefeito afirma que paralisação foi evitada após negociação com sindicatos, mas alerta para pendência do governo estadual que ameaça gratuidade para 182 mil estudantes
Em entrevista concedida nesta terça-feira (10) ao Portal AM1, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou que a greve dos rodoviários, prevista para ocorrer na segunda-feira (9), foi evitada após longas negociações com representantes do setor de transporte coletivo. No entanto, o gestor municipal aproveitou a ocasião para cobrar publicamente o governador Wilson Lima (União) sobre o atraso no repasse de recursos do passe livre estudantil estadual, cujo convênio está vencido desde janeiro.
De acordo com David Almeida, a Prefeitura de Manaus se reuniu por mais de quatro horas com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Manaus (STTRM) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), apresentando planilhas e ajustando custos para impedir a paralisação do transporte público.
“Mostramos todas as planilhas, ajustamos os custos e conseguimos chegar a um entendimento”, declarou o prefeito.
Apesar do acordo com os rodoviários, David alertou para uma situação que considera grave: a ausência de renovação do convênio entre o governo estadual e a prefeitura para o financiamento do passe livre estudantil. O convênio, firmado inicialmente em dezembro de 2021, vinha sendo renovado anualmente, mas não foi revalidado em 2025.
“Existe um recurso a ser recebido. Espero que o governo se entenda com o Sinetram e esse valor seja repassado”, cobrou Almeida, destacando a importância da manutenção da gratuidade para os estudantes.
Segundo dados da Prefeitura, cerca de 182 mil estudantes são beneficiados com o passe livre em Manaus. A gestão municipal já anunciou que manterá o benefício apenas até junho, caso o governo estadual não regularize a situação.
Em nota, a Secretaria de Comunicação do Estado (Secom) informou que, por recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), o Executivo estadual está avaliando a melhor forma de manter o subsídio da gratuidade no transporte estudantil.
Enquanto o impasse persiste, milhares de alunos da rede pública correm o risco de perder o benefício, dificultando o acesso às instituições de ensino.