Em entrevista recente ao site Amazonas Atual, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) declarou não fazer parte de nenhum dos grupos políticos tradicionais do Amazonas, como os liderados por Omar Aziz (PSD), Eduardo Braga (MDB), David Almeida (Avante) ou Wilson Lima (União). Segundo ele, seu apoio vem de um grupo formado por voluntários, militantes do Cidadania e lideranças do interior ligadas ao seu mandato.
“Eu me situo ao lado do povo”, afirmou o parlamentar, que também é presidente estadual do Cidadania. A fala reforça o tom de independência adotado por Amom desde sua entrada na vida pública, ainda como vereador de Manaus. “Tenho um grupo político, sim. Mas é o grupo do Amom, com cidadãos que querem entrar na política, longe das práticas dos velhos caciques do poder”, completou.
A declaração reacende os debates sobre a fragmentação da oposição e os rumos da política amazonense para 2026. Mesmo admitindo que não descarta mudar de partido, Amom sustenta que o Cidadania ainda pode montar uma chapa competitiva nas próximas eleições. “O risco maior não é para a reeleição, mas para a atuação dentro da Câmara”, pontuou.
Durante a entrevista, Amom também fez uma autocrítica sobre sua campanha à Prefeitura de Manaus em 2024, reconhecendo erros estratégicos e o impacto de narrativas adversas sobre sua juventude e inexperiência. “Foi uma experiência que me ensinou muito e me deixou ainda mais motivado para mudar essa cidade”, disse.
Um dos trechos mais comentados da fala do deputado foi a menção à sua condição de autista, que ele tornou pública por decisão própria após ser alvo de ataques anônimos. “Não tenho mais vergonha dessa condição. Ela faz parte de quem eu sou”, declarou.
Apesar do discurso de independência, analistas políticos avaliam que Amom deverá ser desafiado a se posicionar com mais clareza nos embates eleitorais que se aproximam, principalmente diante de alianças veladas ou apoio de figuras que historicamente pertenceram aos grupos dos quais ele diz não fazer parte.