Deputados criam auxílio saúde de R$ 4,1 mil em benefício próprio no Amazonas

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Manaus (AM) – Os 24 deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) criaram mais uma vantagem e aprovaram auxílio saúde suplementar de R$ 4,1 mil para benefício próprio. O Projeto de Resolução nº 068/2023 foi apresentado na última quinta-feira (21) e votado no mesmo dia, em apreciação em bloco, quando os propostas em discussão não têm seus temas divulgados, informou o Amazonas Atual.

O valor do auxílio saúde criado é vinculado ao vencimento dos deputados e deputadas e, portanto, de R$ 4,1 mil. O texto do Projeto de Resolução afirma que “passa a vigorar o programa de assistência suplementar de saúde dos membros deste Poder, de caráter indenizatório, correspondente a dez por cento do limite previsto no inciso X do art. 109 da Constituição Estadual”.

O artigo 109 da Constituição do Amazonas estabelece os tetos salariais de agentes públicos, conforme determina o inciso X do artigo 37 da Constituição Federal.

Remuneração

Atualmente, a remuneração paga a um deputado é de R$ R$ 41.650,90. Do valor, é deduzido Imposto de Renda (R$ 8.507,94) e desconto previdenciário (R$ 876,95). Se não houver outros descontos, como pensão alimentícia, empréstimos ou contribuições associativas, por exemplo, o valor líquido do parlamentar é de R$ 32.266,01, mensal.

Os deputados também usufruem de nomeações em cargos comissionados e em verba de gabinete (assessores), além de R$ 49.849,65 por mês de ‘cotão’, a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap). Os parlamentares também têm direito a passagens áreas regionais, nacionais e internacionais para si e assessores, com direito a respectivas diárias, pagas pela Aleam.

A justificativa da proposta que criou o auxílio saúde complementar é genérica, e diz apenas que as mudanças visam “promover alterações no regimento interno desta Casa Legislativa a fim de modernizar questões interna corporis, conferindo-lhes mais praticidade e elasticidade na definição das mesmas”. Um complemento afirma que “no mesmo projeto trata-se de questões administrativas internas, que necessitam de regulamentação adequada”.

Parecer favorável

A criação de mais um benefício para os deputados teve parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça. A relatora foi a deputada Débora Menezes (PL). “Considerando que a presente proposição tramita em conformidade com a legislação que deve ser observada por esta Comissão de Constituição, Justiça e Redação – CCJR, MANIFESTO VOTO FAVORÁVEL à aprovação do Projeto de Resolução Legislativa Nº 68/2023”, diz o texto do parecer.

O Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL) da Assembleia indica que a autoria do projeto é conjunta, de todos os deputados. No documento, porém, constam 17 assinaturas. O Projeto de Resolução físico (impresso) não tem as rúbricas de Joana Darc e Mário César Filho (União), Francisco Gomes e Dan Câmara (Podemos), Sinésio Campos (PT), Cristiano D’Ângelo (MDB) e Daniel Almeida (Avante).

A votação em bloco tem sido um instrumento utilizado com frequência pela Assembleia este ano. A justificativa é “limpar a pauta”, ou seja, tirar os projetos da fila de votação. Agrupadas de cinco em cinco, as proposituras são citadas apenas com “itens” em análise. O PR 068/2023 era o item 51 da pauta em bloco.

Dessa forma, votação em bloco, sem leitura do objeto do projeto e discussão da materia, foi aprovada, também no dia 21, a mudança de condução ao cargo de Diretor da Escola de Contas do TCE (Tribunal de Contas do Amazonas). Em maio deste ano, estudo realizado pela Transparência Internacional – Brasil indicou que a Assembleia Legislativa do Amazonas está entre as piores casas legislativas estaduais do país em relação a transparência.

O regimento interno da Assembleia é regulamentado pela Resolução Legislativa 469, de 19 de março de 2010 e suas alterações. Resolução Legislativa é a propositura que trata de assuntos interna corporis (assuntos internos) da ALE-AM.

Com informações do Amazonas Atual.

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