OPINIÃO | Divaldo Martins da Costa: “A Guerra Rússia x Ucrânia” (*)

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Dia 24 de fevereiro de 2022 teve início a guerra “Rússia x Ucrânia”, com a invasão russa ao território ucraniano, por meio de ataques terrestres e aéreos, sob o eufemismo de uma “operação militar especial”. E, essa operação militar especial já dura um ano e meio! O que se comemora quando completa um ano e meio? De qualquer sorte, “mala ou buena”, um tempo para profundas reflexões!

O presidente Lula já comentou o acontecimento por várias vezes, sempre manifestando as suas mais sinceras e profundas reflexões. Não fosse o ciúme do presidente Joe Biden, dos USA, o presidente Lula já teria resolvido essa “guerra” em que nenhuma das partes beligerantes querem guerrear. Sabiamente ele já disse que que “quando um não quer, dois não brigam”, e, no caso, “bastaria a Rússia parar de atacar, ou a Ucrânia parar de se defender”, o que não é o mesmo, porém é igual, e pronto! Estaria acabada a guerra. Que lindo! Um Prêmio Nobel da Paz para o presidente Lula! Por que, não?

O rei Charles, do Reino Unido, prefere admitir que essa “guerra” entre Rússia e Ucrânia está muito parecida com a “guerra” entre Inglaterra e Argentina, em 1982, na disputa pelas Ilhas Malvinas. Lembram? – Não houve a Declaração de Guerra prevista na 3a. Convenção de Haia, de 1907, para o início das hostilidades; – O mundo torcia pelo agressor, mas declarava apoio ao agredido; – O agressor não queria molestar o agredido, queria apenas recuperar o que era seu (dizia ele); – O mundo assistia com euforia à guerra pela TV, mas negava o fato, como os atuais voyeurs do BBB.

Tem razão o noviço rei do Reino Unido! Tudo muito parecido mesmo.
Apenas acrescento que a “Guerra Rússia x Ucrânia” ou vai ter o seu encerramento por falta de patrocínio, ou pelo extermínio da humanidade, acaso a OTAN continue a fornecer armas para um dos contendores. E, quantos uivos e quantos ais, da turma do “quero mais”. De fato “os homens amam a guerra mas fingem esposar a paz.”

Eu, neste um ano e meio de guerra tenho procurado mesclar guerra, poesia e hipocrisia. Afinal, “A vida é a arte do encontro, Embora haja tantos desencontros pela vida”, disse Vinicius de Moraes. É poético! É verdadeiro! Mas agora está patético. Vivemos num denso “nevoeiro.”


O pior é que por conta dessa “guerra de primeira classe”, ninguém nem fala da nossa guerra tupiniquim, paroquial. Teremos um dia a reunificação da nação brasileira? Quem condenava o ódio e pedia paz já põe a cara de fora, prometendo uma vindita voraz. E ninguém vê nada! E ninguém diz nada! Por que negar?
Vivemos num mundo pós-moderno, competitivo, desumano, antropofágico, cruel.
Vivemos “entre feras”, onde “todos desposam a paz, mas amam a guerra!” Mas,
“Desesperar, jamais! Aprendemos muito nestes anos.

Afinal de contas, não tem cabimento entregar o jogo no primeiro tempo”. Lembram da exortação do Ivan Lins? Precisamos ter consciência dessa dura realidade, e nos livrar dessa hipocrisia que nos regula, transformando-nos num “sepulcro caiado.” Lembram da advertência de Plauto (Titus Maccius Plautus), escritor da Roma antiga, sobre o grande paradoxo da racionalidade humana: “Lupus est homo homini lupus” – O homem é o lobo do próprio homem?
Lembram da filosofia Humanitas, de Machado de Assis, com a sua sentença cruel: “Ao vencedor as batatas”?

Vamos indo! Se a paz não vem, apreendamos a viver com a guerra.
O que não vale é chorar antes do fim. O que estamos a presenciar por aqui, nos dias atuais, é apenas “o princípio das dores”. Já temos mais de mil presos políticos, sem processos, sem vez, sem juiz imparcial e sem voz. Até já começaram a tripudiar sobre as vítimas, sob os aplausos gerais: “Perdeu, Mané! Não amola, mais!”

Mas, calma, gente!

Para não cairmos em pânico é bom lembrar dos versos finais do poema do vate Affonso Romano Sant’Anna “Os Homens Amam as Guerras”. São lindos:

“Acabará a espécie humana sobre a Terra?
Não!

Hão de sobrar um novo Adão e Eva a refazer o amor, e dois irmãos,
Caim e Abel,

a reinventar a guerra.”

(*) Divaldo Martins da Costa – juiz de direito aposentado e advogado

Júlio Gadelha http://ovies.com.br

Estudante de Jornalismo graduado em Marketing: Explorando o caminho brasileiro da Democracia e da Política.

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